sábado, 18 de agosto de 2007

LIRA MAIA FALA SOBRE A CPMF

O deputado federal Lira Maia (DEM) concedeu entrevista esta semana à imprensa quando falou sobre a polêmica gerada acerca da CPMF. O imposto sobre o cheque que foi criado para financiar a saúde e devreria ser provisório já se tornou permanente. Agora o governo quer renovar por mais dez anos. Acompanhe:

Reportagem: Deputado Lira Maia, o Governo Lula está tentando aprovar no Congresso Nacional a prorrogação da CPMF, como o senhor avalia esta posição do governo?

Dep. Lira Maia: Me preocupa o fato de o Presidente que “sempre combateu” a redução de impostos sobre a população, sobre a classe média, vir agora defender a prorrogação deste imposto sob o argumento absurdo de que sem a CPMF os programas sociais serão extintos. A CPMF foi criada para resolver os problemas da saúde, e não para financiar outros programas.

Reportagem: O Sr. quer dizer que o dinheiro da CPMF não está sendo aplicada na saúde?

Dep. Lira Maia: Eu posso afirmar que a saúde hoje não é a prioridade da aplicação da CPMF, muito menos em programas sociais, se fosse, eu poderia rever minha posição em relação a CPMF tendo em vista a necessidade da população em ter um atendimento médico de qualidade e em tempo. O cidadão que precisa de um exame, de um leito, de medicamentos não pode esperar o dia de amanhã. Amanhã em se tratando de saúde, pode ser tarde demais.
O que vemos hoje é, o governo cobrando um imposto para custear o sistema de saúde e este recurso arrecadado, sendo aplicado em outra destinação, tais como, pagamento de juros, financiamento de banqueiros, etc., e o que é pior, o governo ameaçando acabar com os programas sociais sob o argumento de que não poderia arcar com as despesas, isso é terrorismo.
O próprio Ministro Adib Jatene, criador da CPMF afirma o seguinte: “A CPMF ajudou mais o Governo no equilíbrio de suas contas do que a saúde dos brasileiros”.

Reportagem: Então o Senhor é contra a aprovação da prorrogação da CPMF?

Dep. Lira Maia: Sou totalmente contra, eu, e o meu Partido, o Democratas. Hoje o povo brasileiro já paga uma carga tributária extremamente excessiva. E o que é pior, ao contrário do que parece, quem acaba pagando a CPMF é a população mais carente que não tem como transferir esse imposto. Ou você acha que o empresário, o rico paga esse imposto. Na verdade ele repassa o imposto para o preço dos produtos e quem acaba pagando por ele é você, sou eu, é a população. Quando o cidadão vai na padaria comprar pão e leite, ele está pagando a CPMF que já está incluída nos preço destes produtos.

Reportagem: Porque o governo afirma que a CPMF não pode acabar? O que o governo poderia fazer para compensar o fim da CPMF?

Dep. Lira Maia: Estudos recentes comprovam que o Governo não precisa da CPMF para manter as contas em dia e, principalmente, para financiar o sistema de saúde pública. A saúde está sendo mantida ao longo dos anos com recursos próprios da união e os valores arrecadados pela CPMF não são aplicados na saúde. Este dinheiro tem servido para pagar juros, financiar banqueiros, financiar os gastos abusivos do governo federal com viagens, festas, etc.
O Governo poderia enxugar a máquina administrativa, cortar gastos, etc. No atual governo, as contratações de militantes do PT superou qualquer expectativa. Estes funcionários tem engordado o caixa do Partido dos Trabalhadores tendo em vista que um percentual significativo de seus vencimentos vai para o partido porque estes são filiados ao PT.

Reportagem: O Senhor acha então que a prorrogação da CPMF não é necessária?

Dep. Lira Maia: Tenho absoluta certeza. Basta o governo controlar seus gastos que o problema está resolvido.
Sou terminantemente contra qualquer medida que venha a onerar ainda mais a população brasileira. Hoje a população paga excessiva carga tributária – são mais de 50 tipos diferentes de impostos – e isso não pode continuar. Temos a oportunidade de reduzir, pelo menos um pouco a carga tributária que recai sobre o mais carente.
Um fato curioso: hoje, um trabalhador que aplica suas economias na caderneta de poupança, obtém ao final do mês uma média de 0,57 a 0,66% de juros. Somente a CPMF, tira 0,38% desta aplicação e dos juros obtidos, ou seja, a CPMF, além de onerar o trabalhador, tira qualquer possibilidade de rendimento deste, gerando uma sensação de falsa economia. Isso é um absurdo.

Reportagem: Deputado Lira Maia, o senhor gostaria de fazer mais alguma consideração sobre o assunto.

Dep. Lira Maia: Espero que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal rejeite a prorrogação da CPMF. A população não agüenta mais a excessiva carga tributária existente.
É lamentável que um governo que foi eleito com o clamor da “esperança”, com a proposta de reduzir os encargos sobre o mais carente, sobre a classe média, venha cada dia mais beneficiar os bancos e o capital especulativo com altas taxas de juros e com uma carga tributária desigual.
Esse governo lamentavelmente, abusa de suas prerrogativas tentando passar para opinião pública que a extinção da malfadada CPMF irá inviabilizar os programas sociais, promovendo um verdadeiro terrorismo para a população mais carente. Infelizmente, estamos vivendo o verdadeiro “governo do medo”.

Deputado Federal Lira Maia – DEM/PA

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