sábado, 23 de junho de 2007

Lira Maia homenageia Santarém na Câmara Federal

No último dia 20 de junho o deputado federal Lira Maia fez pronunciamento da tribuna da Câmara dos Deputados quando homenageou Santarém pela passagem de seus 346 anos de fundação. Acompahe o pronunciamento de Lira Maia...



Senhor Presidente,
Senhoras e Senhores Deputados,


A cidade de Santarém, Estado do Pará, comemora, no próximo dia 22 de junho, 346 anos de sua fundação. Como santareno de nascimento e legítimo representante de sua população, não podemos deixar de prestar a nossa homenagem a essa terra tão querida, que também é chamada, carinhosamente, de a “Pérola do Tapajós”.

Fundada pelo Jesuíta João Felipe Bettendorf, natural de Luxemburgo, a Missão do Tapajós, que deu origem a cidade de Santarém, teve significativo papel na conquista da Amazônia pelos portugueses, funcionando como base avançada para a colonização dos territórios que, pelo Tratado de Tordesilhas, pertenciam à Espanha. Seu nome, assim como o de outras cidades da região, foi colocado em homenagem a uma cidade portuguesa do mesmo nome, onde se encontra sepultado Pedro Álvares Cabral, o descobridor do Brasil.

Estrategicamente localizada entre as cidades de Manaus e Belém, defronte ao belíssimo encontro das águas verde-azuladas do Rio Tapajós com as águas barrentas do Rio Amazonas, Santarém concentra em seu território significativos exemplares dos diferentes ecossistemas que compõem a Amazônia, como: rios caudalosos, grandes lagos, savanas, áreas inundáveis e grandes porções de florestas densas, ainda intocadas, revelando um imenso potencial para o ecoturismo.

Assim, Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, como o próprio país, Santarém tem hoje uma população altamente miscigenada, formada por pessoas de todas as raças, vindas de diferentes regiões e até mesmo de outros países, como os descendentes de japoneses, árabes, italianos, norte-americanos e outros. Todos deram sua parcela de contribuição para formar aquilo que nossa cidade tem de melhor, a sua população.

Terra natal de grandes expoentes da literatura e da música, como Rui Barata, maior poeta paraense e Sebastião Tapajós, violonista de renome internacional, Santarém sempre foi cantada em verso e prosa por seus filhos e admiradores, cujo expoente máximo foi o saudoso maestro Wilson Dias da Fonseca, o nosso querido Izoca, autor das mais belas canções que louvam nossa cidade e suas belezas naturais.

Sua economia sempre esteve ligada às atividades extrativistas, passando por diferentes ciclos durante sua história. Tivemos o ciclo das drogas do sertão, ciclo da borracha, ciclo da juta e, ultimamente, o ciclo do ouro do Tapajós. Nos dias atuais, quebrando o paradigma da dependência extrativista, Santarém passou a ter nas atividades agropecuárias o esteio de sua economia. Apesar das grandes dificuldades causadas pela falta de regularização fundiárias das terras e pelas severas restrições ambientais, o cultivo mecanizado de grãos está conseguindo manter uma excelente produtividade, contribuindo significativamente para a economia do município e para a geração de emprego e renda.

Apesar de ser a maior cidade do interior da Amazônia, há vinte anos atrás Santarém não possuía uma única faculdade. Todos os nossos jovens tinham que ir para a capital, caso pretendessem cursar um cursar qualquer tipo de faculdade. Hoje, Senhoras e Senhores Parlamentares, com sete instituições de ensino superior, nossa cidade tornou-se um pólo universitário que atrai estudantes de todos os municípios da região. Um antigo sonho dos santarenos deverá se concretizar em breve com a criação da Universidade Federal do Oeste do Pará, o que poderá eliminar de vez a dependência que ainda temos de Belém para a formação de nossos jovens.

Falando de conquistas, a maior que alcançamos nas últimas décadas infelizmente ainda não se consolidou. Estamos falando da construção do Hospital Regional Público do Oeste, que, passados sete meses de sua inauguração, até hoje ainda não entrou em funcionamento, mantendo toda a população da região Oeste do Pará, que passa de um milhão de habitantes, em total dependência da capital do Estado para o tratamento de doenças de maior complexidade.

Fazemos aqui Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, o nosso apelo para que o Governo do Estado deixe de lado as querelas políticas que estão entravando o funcionamento do hospital e ative, o mais breve possível, os atendimentos especializados que tanta falta estão fazendo à população. Depois das dezenas de milhões de reais que foram investidos na construção do hospital e na aquisição dos modernos equipamentos, não há mais nada que justifique um doente ter que viajar quase mil quilômetros para receber tratamento de um problema cardíaco ou renal.

Estamos cientes das dificuldades que existem para colocar em movimento uma estrutura gigantesca como a do Hospital Regional, mas sabemos, também, que com um pouco mais de vontade política muita coisa já poderia ter sido feita. Esperamos que o Governo do Estado envide todos os esforços para que o Hospital Regional alcance seu pleno funcionamento no mais curto espaço de tempo possível. Afinal de contas, quando se trata de salvar vidas, toda a pressa é pouca.

Deixamos aqui consignados os nossos votos de parabéns a todos os santarenos, de nascimento ou de coração. Que todos permaneçam sempre unidos na luta pelos seus direitos e na busca de novas conquistas e que, brevemente, possamos comemorar a maior de todas elas, a criação do Estado do Tapajós.

Era o que tinha a dizer, Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados.


Muito Obrigado!


Sala das Sessões em 20 de junho de 2007.



Joaquim de LIRA MAIA
Deputado Federal – DEM/PA

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