terça-feira, 5 de outubro de 2010

Eleições 2010

Candidatos do mundo do futebol não tiveram chance

No Pará, não houve espaço para o futebol no domingo. Não apenas pela falta de jogos, mas também pela falta de boleiros. E se nossos jogadores e ex-jogadores não tiveram espaço dentro das quatro linhas, não tiveram espaço também nas eleições: a dupla Re-Pa acumulava cinco candidatos oriundos do esporte, mas perdeu feio para os eleitores, que deixaram de lado o espírito torcedor na hora de votar. A crise de credibilidade do futebol paraense saiu dos gramados e chegou às urnas.

Há algum tempo os boleiros e ex-boleiros brasileiros têm trocado o trote nos gramados pela corrida eleitoral. Túlio Maravilha, em Goiás, foi um dos maiores expoentes desse fenômeno do terno, gramado e bola na bancada. Assim como ele, vários jogadores e ex-jogadores aproveitaram o sucesso nos gramados para ingressar na carreira política. Vandick e Robgol, atacantes que marcaram a torcida bicolor na última década, são dois bons exemplos.

Apontado como o herói da conquista da Copa dos Campeões, maior título da história do Paysandu, Vandick não teve dificuldades para se eleger vereador de Belém em 2004 e se reeleger em 2008. Mas a disputa pelo cargo de deputado estadual foi demais para o ex-atacante, que acabou de fora da lista no domingo. Derrota similar teve Robgol, ídolo bicolor até 2005, quando terminou vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro, apesar do rebaixamento do Paysandu. Eleito deputado estadual em 2006, não conseguiu a reeleição esse ano.

Assim como os boleiros experientes, os inexperientes também amargaram derrotas, casos de Zé Augusto, atacante do Paysandu, Landú, atacante do Remo, e Artur, o Rei Artur, ex-atacante e ex-técnico remista. Ainda na briga pelo acesso bicolor à Série B, Zé Augusto, há 14 anos no Papão, não conseguiu arrebatar a fiel, sendo apenas o 70º mais votado no Estado. Landú, por sua vez, ficou bem abaixo do esperado: foi menos lembrado que o Leão da Série D, e com apenas 3.052 votos, foi o último dos boleiros, atrás inclusive de Artur, figura há muito tempo sumida do Baenão. (Diário do Pará)

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